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9 de janeiro de 2016

Eu sou um outro você


Já é 2016 e o que eu vejo é só o tempo passando cada vez mais rápido. 
Ah esse tempo que me trouxe tanto ensino! Principalmente da vida. Não sou tão experiente para falar disso, afinal o que uma garota de 16 anos sabe sobre a vida? Bom, o pouco que sei das coisas que já passei dá para nos juntar algum dia à tarde, quem sabe comendo um bolo e tomando chá, para comentarmos um pouco.
Nasci nesse mundo de "marketing", onde cada categoria você encontra um estereotipo diferente de pessoas e eu costumava a me comparar muito com elas. Sim, passamos por uma fase onde inspiração partiu para comparação. O que é uma coisa muito ruim e todos já sabem o porquê. 
Mas, olhando para os anos passados, percebi que se não tivesse me comparado antes, eu não teria o aprendizado de hoje. Não estou dizendo que você deve se comparar com outras pessoas ou ter aquele estereotipo. Mas na minha experiência eu acabei vendo que por mais que você tente, aquela pessoa é aquela pessoa e você é você.
Mas, Isabela, por que você "queria ser outra pessoa"? Aí é que está. Eu nunca quis ser outra pessoa, na realidade tudo o que eu queria era ultrapassar meus limites, me aventurar em novas coisas, fazer coisas da qual eu não era capaz de fazer, porque no fundo eu achava que não tinha nenhum "dom especial" ou nenhum mérito para o que eu fazia.
Uma coisa que muitos colegas me diziam era que ver outros colegas sendo premiados ou elogiados era meio incômodo de se ver, não por inveja, mas por acharem que não eram capazes de fazer aquilo. E lá eu ia, puxando-os num canto para tentar fazer eles mudarem de ideia, mostrando tudo o que eles faziam de melhor e tentar de qualquer maneira fazer com que eles vissem o quanto eram capazes de muita coisa. Acho que foi uma dessas coisas que me aproximou de muita gente. Mas, eu estava lá sempre colocando as pessoas para cima e eu nunca via as próprias coisas que EU fazia.
Chegou um dia que me livrei disso, muita gente me pergunta como, foi simples e não requer nenhuma poção mágica. Eu sabia que fazia aquela comparação, mas de tão acostumada com aquilo essa ação virou uma coisa que fazia inconscientemente. 
Uma coisa que eu sempre passei pra todas essas pessoas que me questionavam:
Eu sou um outro você, as únicas coisas que mudam são aparências. Agora, minha capacidade de poder fazer algo extraordinário você também tem, talvez em áreas diferentes, mas nunca estarei numa posição maior ou menor do que você. Leve isso consigo, é como a balança da felicidade. às vezes grandioso te faça sorrir, mas às vezes é algo mínimo que gera o mesmo efeito.
Olhe no espelho, e perca esse medo de achar que tudo deve ser comparado à você e faça um 2016 "o" ano e não "só mais um" ano.



Bela.

8 de janeiro de 2016

Quem sou eu aos 17

Loui Jover Art

Quem sou aos 17

08/01/2016

   Relembrando a mim mesma dez anos atrás, vejo a garotinha que não queria mudar de escola e deixar seus melhores amigos para trás, mudando de cidade. Ainda assim, ela era uma criança: logo se adaptou, conheceu uma de suas novas melhores amigas e ficou tão feliz na nova escola que resolveu estudar lá até o final do Ensino Médio. Mas ainda estava longe, num futuro tão distante que parecia irreal. Ela via aqueles alunos grandes e pensava se seria como alguma daquelas garotas que via passando, da idade dos protagonistas das grandes histórias, idade de emoções que ela ainda não compreendia. Um dia, também passaria ela com aquela aparência de quem é decidida, bela e feliz? Ela imaginava, sim, só não tinha pressa alguma de crescer.
   Bem, não faço ideia que tipo de imagem passo ao atravessar o caminho de uma criança, apesar de meus priminhos gostarem muito de mim, e eu de dar a eles meu amor, minha atenção e a parte de mim que é sempre criança.
   Na verdade, sempre me foi estranho pensar que é na minha imagem do espelho que as pessoas pensam quando apareço em suas mentes. Porque, olhando para ela, não vejo quase nada do que sou. Eu sei, não é só nisso apenas que baseamos nossa imagem de alguém. O que quero dizer é que estranho pensar que sou “você” ou “ela” para todos, exceto eu. Eu só sei ser “eu”, mesmo me olhando de fora tantas vezes. É por isso, eu acho, que é tão difícil para as pessoas se entenderem, pois somos todos “eu”, mas ninguém além de nós mesmos pensa em nós em primeira pessoa. Que pensamento emaranhado! Isso parece óbvio demais para se ficar devaneando.
   Hoje fiz 17 anos e esse número soa um pouco mais maduro do que os anteriores para mim. Não sei, acho que atualmente tenho mais consciência de tudo, mesmo não sendo tão decidida quanto achei que seria. Na verdade, ainda sei muito pouco sobre mim. No entanto, sei quem quero ser na vida, para Deus e para as pessoas. Quero ser tudo o que meu Senhor planejou para mim, quero ser sua luz para quem não o conhece, e para isso tenho que me dedicar ao todo a praticar sua bondade, seus infinitos bons atributos. De todas as minhas inspirações, quem maior do que meu querido Jesus?
Uma parte de meu dia de hoje foi com meus amigos mais próximos. Comemos e conversamos, mas só o fato de estar com eles me deixou feliz. Eu poderia ter ficado em silêncio durante todas aquelas horas, apenas observando-os, e já estaria satisfeita. Não sei expressar o quanto os amo, o quanto me conforto em suas presenças, o quanto sou grata por tê-los na minha vida. Queria abraçá-los muito mais do que serei capaz durante todos os meus anos. Farei o melhor que puder.
   Cada mensagem que recebi também foi especial. É bom saber que há pessoas que se importam com você ou em quem você deixou algo de bom. Também é bom ter certeza que pessoas que não mandaram nada ainda assim se importam, e que não precisam provar nesse dia exato.
Sou grata por cada dia de minha vida, por tudo pelo que passei.
   Tenho 17 anos e me sinto simplesmente alguém, uma filha de Deus que tem o seu Amor e o amor de pessoas incríveis. Nem criança, nem adolescente ou adulta, apenas alguém que talvez tenha um pouco dos três. Existir já é um grande milagre, ser feliz uma grande dádiva. Explicar quem sou talvez seja tão simples que possa ser dito em uma palavra, ou tão difícil que não possa ser expresso em palavras. Por enquanto, não vou nem tentar. Apenas continuarei sendo alguém.

Imaginar-me daqui há dez anos é complicado. Esse futuro me parece quase tão irreal quanto o dia de hoje para minha “eu” criança. Já não vejo uma expectativa de autoimagem em ninguém, só espero ter chegado mais perto dos meus sonhos e dos meus propósitos. E ser ainda mais feliz do que sou hoje.

Beatriz F. Teixeira